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sexta-feira, 20 de maio de 2011

FOLHA EM FALTA NO VELHO CADERNO




Eu não gosto de ser assim
tão parecido contigo
tão similar
tão regular
tão tu
tão nada

pego na caneta que bra da
e as pa la vras surgem sós

apagam-se riscam-se
e depois reaparecem
nós poetas somos seres
palavras que se desvanecem

eu quero fazer um poema NOVO
diferente de TUDO
igual a nada NUNCA feito

mas a folha está imprópria
contaminada pelo veneno com que me morro
fácil
sempre a preceito

CORRO

no canto o dedo marcado
do pedinte sujo da rua

FUJO de mim próprio

deixo-te este poema inacabado
esta folha que agora é tua

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