Quando
formos um o mar será brando para os nossos recifes
o
sol iluminará as nossas pegadas na areia
gravadas
em compassos perfeitos pelos nossos pés descalços
e
a maresia entrar-nos-á pelas narinas
saindo
indelével em cada verso que emprestarmos a um poema
Quando
formos um seremos um oceano de sensações secretas
o
céu tocar-nos-á na linha do horizonte
para
onde vão os pássaros chilreando nos seus múltiplos idiomas
Por
enquanto somos dois e caminhamos sobre sonhos adiados
por
terras sobrecarregadas de significados
sobre
palavras que não dizemos sempre porque as gastaram
os
homens a que o acaso nos moldou semelhantes
por
fetish vanguardista de pintar para lá
da linha de contorno
Por
enquanto somos dois, somos um texto em construção
que
ainda não deve ser lido por um historiador
mas
capaz de embalar uma criança esperta nestas noites burras de amor
que
inundam unificam e no entanto não diluem
Todos
os rios do mundo cavalgam e confluem na nossa direcção
dá-me
a tua mão
porque
esta noite usaremos a lua como bóia
Esta
noite seremos um
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