O
palco dos teus pesadelos está iluminado ao centro por um candelabro
e na
plateia dois olhos flamejantes perscrutam o teu corpo
desalinhado
com a cena onde repetes um monólogo interior.
À
porta, um homem
com
dois corvos sobre os ombros promove o espectáculo
e anuncia
alarvemente a morte de um guerreiro clássico
a uma
mulher que fuma impacientemente perfumados cigarros.
AJAX FOI
DERROTADO PELA ESPADA DA LOUCURA
Da
seiva das sombras veio o seu conflito,
tal
como o teu que se acerca agora.
Consegues
ouvir a marcha desse exército de medos só teus?
Não
te envergonhes das loucuras que te assomam à noite,
de
todos os tremores e desejos infundados,
atenta
que o mais valeroso guerreiro morreu como um poeta,
louco,
tombado sobre a própria lâmina.
Todos
os homens são cordiais militares de sorrisos diurnos,
mas
nas trevas buscam o consolo de um eufemismo agridoce
e de
uma metáfora almofadada que embeleze e alinhe o sentido
deste
e de outros poemas noctívagos
que
perseguem a tua paz a(ssa)ssinada com tratados
e com
fábricas de doenças e elixires fotossintéticos.
A
absorção de qualquer luz que possuas
em
troca de oxigénio.
Assim
te propõem eles
E tu
compras.
Ora
pois, não és louco ainda!
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