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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Os desafios do ensino de jornalismo

Porquê escolher jornalismo nos tempos que correm? A resposta é simples: precisamente para escolher. Na descrença que se alastra, na forma de um denso nevoreiro e envolve a sociedade portuguesa actual, torna-se fundamental fazer escolhas. E para isso são necessárias vozes, novas vozes – devidamente fundamentadas em vozes antigas e credíveis, mas com um novo timbre.
Não são raras as vezes em que ouvimos alguém, jovem ou não, porque isto da insatisfação não tem idade, culpabilizar os novos, os velhos ou, simplesmente, os mesmos do costume. Todos nós, em vários momentos, já fomos esse alguém que critica. Mas a verdade é que não podemos ser apenas mais “um velho do restelo”. Devemos ser mais do que isso.
Uma única voz pode influenciar o grito de milhares. Para isso é necessário trabalhá-la e sabê-la usar da forma mais inteligente que a condição humana nos permite. Para esse efeito enveredámos por este caminho: o de comunicar, o de comunicar bem. Não nos podemos restringir a reportar a mudança. Os mais diversos meios de comunicação são uma ferramenta fulcral para fazer com que o mundo se transforme. E o mundo é diferente todos os dias!
Cada leitor, ouvinte, espectador ou outro tipo de receptor que surja futuramente, é alguém que espera encontrar em cada comunicador, em cada emissor, um pouco de certeza e confiança. É aqui, neste ponto, que o papel de um professor de jornalismo assume maior protagonismo.
Todos nós, aqueles que optámos pelo estudo desta área tão volátil e maleável temos, provavelmente, aptidões que podem fazer de nós bons comunicadores. E digo provavelmente para não me comprometer… Mas ser criativo, escrever bem ou ser um bom falante, não é suficiente. Existe algo, que à partida para esta empreitada, ainda nos escasseia a todos nós. Algo que sustenta a humanidade e o universo tal como o conhecemos hoje: a ciência, a arte do exacto e do rigor.
Nenhum diamante surge lapidado, nenhuma ferramenta trabalha sozinha e numa mão nasce automatizada para qualquer que seja o ofício. A um professor de jornalismo cabe a tarefa de trabalhar e limpar a voz de tantos futuros comunicadores, usando a ciência que um dia, hipoteticamente, teremos.
E digo hipoteticamente para não me comprometer…

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