Nasceu
anã minha estrela e sem galáxia
a quem
deva vassalagem ou compaixão,
mas ela
é fonte de alimento para buracos negros
que
aniquilam aquilo que sou ou seria
e
deixam somente uma máscara de alegria,
que
sempre coloco no rosto ao contrário
deslavado
de esperança pelo pó do medo.
Eu
sou a mentira com que me vou embalando,
eu
sou o segredo que esconde o meu crime
– fito
os meus olhos reflectidos no espelho
e
depois lanço-os à janela que pinta sempre de janeiro
o
mundo que engulo a custo
e que
parto com aquilo que me sobra:
palavras
vazias e lembranças de promessas sem país.
Minha
criança desfez-se em pétalas,
minha
criança fez sem léguas
e em
névoas me perdeu.
Deixou-me
como herança um templo sem deus,
um
tempo que não se liga com o espaço
e que
me traz sempre um amanhã
para
enferrujar e apodrecer meu carrossel-pistola.
Mãe, nasceu
anã minha estrela!... Estou doente?
Dá-me
bolachas e mel!... Não quero ir à escola!
Sem comentários:
Enviar um comentário