o
sol existe. a lua. a noite recheada de estrelas sangrando luz.
escrevo.
penso enquanto escrevo. paro. o tempo passa. pára!
tu
também existes nestas palavras, nesta noite que me seduz.
desejo
a eternidade, não tenho todas as palavras agora. tu,
de
tamanho, causas e efeitos impossíveis existes. palavra.
és
a palavra concreta, ainda a nu, que se distingue. leio-te.
és
a verdade sem provas que nega os meus passos. creio-te.
o
brilho do teu significado trago-o na lembrança, a quente,
como
o sol que aquece os corpos em agosto e os incendeia.
a
mudança de estação é cruel para a nossa noção do tempo,
mas
existe. pára! estes motivos, pode ser que alguém os leia.
o
teu corpo existe. longe. podes estar a dormir, podes estar a rir,
podes
estar a fazer mil e uma coisas e,
algumas, não as imagino.
resides
nos meus pensamentos, nas possibilidades, nesta noite.
o
Sol existe também na Lua. absorvo-a, sou a Lua
com
a luz esbatida no rosto.
sei
a posição do Sol. sei que existes. és a palavra.
és
vida, és eterna, és agosto.
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