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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

cabelos de cobre



I

z z z
penso em tantos momentos inexistentes
que me esqueço de te ver, de me ver a olhar.

existem tantas esquinas que te encobrem,
barreiras antigas construídas que te guardam.
o meu olhar é perdido, só tem esboços rasgados.

desencontrados nas ruas tu passas e eu olho.

por vezes esqueço-me de tudo isto
e levo-te a passear. não temos horas.
matámos todos os relógios,
todos os porteiros que nos viram passar.

somos nós. seres derradeiros.
projectos múltiplos por firmar
para os quais nunca olhaste. executas sem chorar.

II

ACORDO. volto a pensar. cenários forasteiros.
já passaste com os teus pés imaginários,
ao ritmo dos automóveis e do riso dos banqueiros.


fico, com os nossos códigos binários.
segues como só tu sabes. CEGAS O MUNDO.

máquina! máquina! máquina!

de superfície metalizada, cabelos de cobre e olhos carregados
avanças ignorando os cadáveres daqueles por natureza mortos.

LEVAS O MUNDO CONTIGO! e eu sigo,
ainda que a olhar…ainda que por vezes me esqueça.

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