que me esqueço de te
ver, de me ver a olhar.
existem tantas esquinas
que te encobrem,
barreiras antigas
construídas que te guardam.
o meu olhar é perdido,
só tem esboços rasgados.
desencontrados nas ruas tu passas e eu olho.
por vezes esqueço-me de
tudo isto
e levo-te a passear.
não temos horas.
matámos todos os
relógios,
todos os porteiros que nos viram passar.
somos nós. seres derradeiros.
projectos múltiplos por
firmar
para os quais nunca
olhaste. executas sem chorar.
II
ACORDO. volto a pensar. cenários forasteiros.
já passaste com os teus
pés imaginários,
ao ritmo dos automóveis
e do riso dos banqueiros.
fico, com os nossos códigos binários.
segues como só tu
sabes. CEGAS O MUNDO.
máquina! máquina!
máquina!
de superfície
metalizada, cabelos de cobre e olhos carregados
avanças ignorando os
cadáveres daqueles por natureza mortos.
LEVAS O MUNDO CONTIGO!
e eu sigo,
ainda que a olhar…ainda
que por vezes me esqueça.
Sem comentários:
Enviar um comentário