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terça-feira, 15 de novembro de 2011

és as máquinas




pensei que se não visse não serias.
mas tu és, em último caso, a sombra do meu timbre;
tu és as máquinas do mundo que avançam e matam;
és a fome maior que afecta o meu pensamento circular.

és os silêncios que tornam estas palavras realizáveis. és o mar,
solto das suas correntes. sons estridentes. és as máquinas.

és o futuro e o passado conjugados num só. és o pó.
és a terra que me derruba e prende. és tu sem estares
onde eu estou, porque o espaço é curto e tu não caberias.
és o tempo que se estende. és as horas frias. és as máquinas.

pensei que se te dissesse saberias.

1 comentário:

  1. Brilhante! Gravidade, subtileza e carga emocional reunidas nestes versos.
    Nunca é demais dar-te os parabéns, André. Da tua mão escorre arte.

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