palavras
desalinhadas, palavras sozinhas e encostadas a nós,
palavras
que deambulam e que atravessam o rio de ferry.
falam
pouco, dizem bom dia e obrigam-nos a dar um sorriso
ao
senhor revisor que passa altivo e acena com a cabeça.
e
as palavras dos pacotes de açúcar que se fundem com o café?
ai,
essas – essas são a pior raça! declaro guerra a essas Severas:
rimas
como gravatas sobre camisas proeminentemente passadas.
todas
aquelas que não oferecerem resistência
serão
grafadas em pergaminhos condignamente enterrados
-
numa cerimónia devidamente anunciada pelo senhor prior
e
que terá a presença do Doutor Ministro das Cousas Todas.
-
alguém há-de chorar por elas!
os
ponteiros do relógio a sacudirem a ferrugem doutras eras,
o
peso dos copos de cristal a precipitar-se na tijoleira negra
impávida
e serena perante a morte do brinde à vida das balas
(a
ineficácia das armas neste meu deserto de espinhos de aço.)
os
bancos de jardim desconsolados e com soluços espaçados
aguardando
por um segundo explosivo aos portões dos olhos
cansados,
que ponha término ao choro ácido das serpentes.
as
balas eram os nossos silêncios de domingo,
a
que fomos recorrendo sempre que estes nossos olhos
se
tocavam e exploravam em imensos corredores de luz.
agora,
esses silêncios são os corvos negros: a distância.
-
alguém há-de chorar por elas…
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