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domingo, 17 de fevereiro de 2013

a triste vida de uma ideia


a efémera vida desta ideia
não a deixou fazer-se plena
para ser ideia de uma vida.

a ideia pariu este poema
e o poema parou essa ideia,

ponto

sábado, 16 de fevereiro de 2013

quando


as luzes alastram-se pelas ruas e tocam as fachadas
das casas que perdidas permanecem imóveis e frias.
um homem voa desorientado num sonho com contornos autistas
vagueando harmoniosamente ao som de uma insinuação de jazz.

o murmúrio da noite sussurra ao ouvido dos medos e acorda-os,
as árvores estremecem perante a insistência do vento que sopra
e o homem acordado e pousado agora sobre um telhado velho,
tenta escrever alguma coisa,
mas sem ideia nenhuma,
vai dando ao papel alguma coisa nenhuma.

as palavras despem-se para irem dormir
e o homem fica sozinho à espera
sob o olhar sarcástico da lua.

a poesia atrasou-se mais uma vez porque não tem maneiras.
ela não é minha,
não é tua
e muito menos das palavras rotineiras.

avisa
quando
estiveres perto…!