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domingo, 12 de setembro de 2010

ANNE

Fico tão confusa pela quantidade de coisas que tenho de considerar, que não sei se choro ou rio, depende do meu humor. Depois durmo com a sensação estranha de que quero ser diferente daquilo que sou, ou de que sou diferente do que quero ser, ou talvez de me comportar diferente do que sou ou do que quero ser…

Acordo cedo pela manhã
Em mais um dia cinzento
É apenas mais um dia
Do nosso já largo tormento

Viro o meu coração do avesso. O lado mau para fora, o bom para dentro e continuo a procurar um meio para vir a ser aquela que gostava de ser, que era capaz de ser, se... sim, se não houvesse mais ninguém no mundo.

Neste mundo corrompido
Que não foi feito para mim
Apenas conto contigo
Kitty amiga até ao fim

Nunca mais recuarei diante da verdade, pois quanto mais tardamos a dizê-la, mais difícil se torna para os outros ouvi-la.

Então eu vou dizer
Eu vou gritar

Aaaaaaaahhhhhhhh

Eu não sei o que fizemos
Existir já é razão
A morte está onde estivermos
Fugir não é solução

Ontem Auschwitz
Hoje Bergen-Belsen
Somente muda o local
O terror
O fedor
Esse é exactamente igual

Minhas lágrimas vou secá-las
Tanta é já esta amargura
Ao ver cadáveres em valas
Sem direito a sepultura


Agora deixo meus pensamentos
Bye dear Kitty Now I must go
Deixo-te as marcas dum sofrimento
Diz ao mundo quem eu sou
Diz ao mundo o que passou
No te olvides de mis padres
Ni tampoco de mi hermana

No final de tudo isto ainda creio…
Ainda creio na bondade humana

sábado, 11 de setembro de 2010

BANG BANG

¡Nuestra independencia, nuestros principios y nuestras conquistas sociales los defenderemos con honor hasta la última gota de sangre, si somos agredidos!
No será fácil instrumentar pretextos para hacerlo. Y ya que se habla de guerra con empleo de todas las armas, es bueno recordar que ni siquiera eso sería una experiencia nueva.
Somos los mismos hijos de ese pueblo heroico, con una conciencia patriótica y revolucionaria más elevada que nunca. Es la hora de la serenidad y el coraje.
El mundo tomará conciencia y hará escuchar su voz ante el drama terrible que lo amenaza y está a punto de sufrir…

Bandeiras são agitadas bem alto
E vozes em coro clamam
Pátria ou Morte
Inimigos prontos se armam
Ditando assim a sorte
De mais um povo
Sangrento negócio novo
Que tem de ser firmado
Pátria ou Morte
Não existe o outro lado
Da moeda corrompida
Luta soldado
A cortina está erguida

Bang Bang
Oh my God…the city is bombed
And my hope was burned

Go on soldier! Go on!

Lo dice mi compañero
Que ahora es muerto
Mi alma se ha apartado de mí
Se ha ido por dinero
Solo tengo mi cuerpo
Y una foto de ti

Go on soldier! Go on!

This is the first one
Of your last days
Don’t claim for your Mom
Don’t look for other ways

Who cares how you feel?
Go on Soldier! Go on!

Ahora no puedes llorar
Estás cercado por armas mil

Pátria ou Morte
This is the deal

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

DADOS VICIADOS( MY NAME IS NOT MOLLY)

Em sobressalto eu acordei
Tudo causa desse momento
Que senti mas não agarrei
Me entreguei
Cativei mais sofrimento
Que eu guardo para trocar
Não o faço por mal
Apenas me quero libertar

O mundo não é perfeito
Eu tampouco sou normal
Não sei do que sou feito
Meu único defeito
É querer ser animal
Ter o dom de não pensar
Nisto ou nisso
Que um dia me vai matar

É querer não ter juízo
Para assim não ser culpado
Eu não sou um submisso
Eu quero quebrar o feitiço
Que a todos foi lançado
Quero em tudo puder tocar
E tudo puder ver
Sem ter que um nome lhe dar

Grrrrrrrrhhhhhhhh
Os dados estão viciados
E as paredes estão-se a fechar

So
I take my breathe again
I take my broken proud
I feel more close the end
And I scream so loud

Aaaaaaaaahhhhhhhhh
My name is not Molly
My name is not normal

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

CAMA DE LAVADO




O sol queima
e acorda-me do sono

Ergo-me do pó
limpo os olhos para ver
as mãos estão sujas
e o sangue a escorrer

O meu pensamento grita
para um céu sempre encoberto
o abutre ao longe fita
este filho de deus incerto
minha alma não está perto
e eu não sei para onde ir
os meus pés estão cansados
e as pernas deixam-me cair
partindo-me em mil bocados

A esperança aqui não medra
e o sonho não se dá
tiro do sapato a pedra
e atiro-a para lá

Não sei muito bem para onde
talvez para o mesmo lugar
onde o meu futuro se esconde
onde a sorte ri de mim
eu não sei para onde virar
nestes caminhos sem fim

Eu vou
ficando-me

Eu dou
cortando-me

Eu sou
o estranho resultado
de parcelas imperfeitas
sou o espelho para ti virado
nessa cama em que te deitas
hoje feita de lavado
O PIÃO

Os olhos estão cegos
As sensações estão gastas
As cores estão desbotadas
Perdidas num oceano de lágrimas

O perfume vadio vai-se
Perdendo
Subitamente no ar

E eu
Aqui permaneço
Vendo-o somente ir
Para um outro lugar
E eu fico a sorrir
Ou talvez só a fingir
Pois tudo é fingimento

Tudo aquilo que eu disse
De nada nos valeu
Nem a mim
Nem a ti
E agora eis o fim
Ou talvez o recomeçar

Agora tudo treme
Explode corta
O diabo toma o leme
E deus não abre a porta

Eu não me pergunto
Nem me arrependo

Tudo desaba a mim junto
Mas aguento e sigo vendo

Eu grito por vezes
Mas calo depois
As lágrimas que chorei
Eu chorei por nós os dois
E por aqueles que me caem
A meus pés inanimados
Filhos da sorte
Filhos bastardos

Eu olho nesta rua
Inundada pela morte
Onde os sonhos estão perdidos
Mas ela está nua
Apenas restos de outrora
Apenas cortantes gemidos

Mas uma voz chama de longe
Vou mais perto para ver
É uma criança que sorri
Que sorri de verdade
E eu não consigo perceber
Não tem pais não tem casa
Não padece com a realidade
Que nada lhe tirou
Pois na mão ainda tem
O pião com que brincou

Ela agarra a minha mão
E ensina-me a brincar
Sigamos brincando então
O pião não pode parar
TALVEZ



O céu mudou de cor
mais cedo anoitece
sob a colina o sol desce
parte para um outro lugar
não sei bem onde
talvez vá descansar
num lugar onde se esconde
(talvez)

Escuto um murmúrio
nas águas no vento
que se prolonga no tempo
sussurrando às minhas sensações
são palavras são imagens
talvez sejam até canções
ou contos de mil viagens
(talvez)

Fecho meus olhos
Para sentir não os preciso
Eu queimo meu juízo
Com esta paz ardente
Que aquece meu coração
Talvez desta seja diferente
E a corrente seja de feição
(talvez)

Tudo tem um talvez
Tudo tem um lado incerto
Como este céu encoberto
Por este denso nevoeiro
Que as estrelas não deixa brilhar
Talvez seja padroeiro
De algo bom quem em mim quer tocar
(talvez)