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domingo, 12 de setembro de 2010

ANNE

Fico tão confusa pela quantidade de coisas que tenho de considerar, que não sei se choro ou rio, depende do meu humor. Depois durmo com a sensação estranha de que quero ser diferente daquilo que sou, ou de que sou diferente do que quero ser, ou talvez de me comportar diferente do que sou ou do que quero ser…

Acordo cedo pela manhã
Em mais um dia cinzento
É apenas mais um dia
Do nosso já largo tormento

Viro o meu coração do avesso. O lado mau para fora, o bom para dentro e continuo a procurar um meio para vir a ser aquela que gostava de ser, que era capaz de ser, se... sim, se não houvesse mais ninguém no mundo.

Neste mundo corrompido
Que não foi feito para mim
Apenas conto contigo
Kitty amiga até ao fim

Nunca mais recuarei diante da verdade, pois quanto mais tardamos a dizê-la, mais difícil se torna para os outros ouvi-la.

Então eu vou dizer
Eu vou gritar

Aaaaaaaahhhhhhhh

Eu não sei o que fizemos
Existir já é razão
A morte está onde estivermos
Fugir não é solução

Ontem Auschwitz
Hoje Bergen-Belsen
Somente muda o local
O terror
O fedor
Esse é exactamente igual

Minhas lágrimas vou secá-las
Tanta é já esta amargura
Ao ver cadáveres em valas
Sem direito a sepultura


Agora deixo meus pensamentos
Bye dear Kitty Now I must go
Deixo-te as marcas dum sofrimento
Diz ao mundo quem eu sou
Diz ao mundo o que passou
No te olvides de mis padres
Ni tampoco de mi hermana

No final de tudo isto ainda creio…
Ainda creio na bondade humana

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