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terça-feira, 25 de maio de 2010

PEDRAS


Pedras…
São como pedras
essas palavras tuas
que batem em mim
são duras são cruas
são verdades enfim
não me posso queixar
a vida é assim
não vou questionar
faço as contas no fim

sexta-feira, 14 de maio de 2010

CRIME



Sigo os teus olhos
eles não seguem os meus
sentes o medo
sentes a culpa
temes teu deus
não assumes o erro
mas ouves sua voz
procuras por alguém
mas estamos a sós
suplicas por paz
não sei quem a tem
olhas para trás
não encontras ninguém
foste tu quem erraste
ou erraram talvez
pagarás por teu crime
que a mim não pagaste
chegou tua vez
olha-me nos olhos
quando falo contigo
não estou a pedir
não sou teu amigo
diz quem pactuou
ou quem te deixou
fazer isto comigo
diz-me o porquê
diz-mo agora
isto não é como na tv
estás à minha mercê
chegou tua hora

Não tens por onde saír!
A tua culpa não vai sumir!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

(IN)DEFINIÇÕES



Há dias em que sorrio
tentando aliviar o frio
o frio do meu coração
que ainda ontem estava quente
mas que por coisas de gente
entra hoje em decomposição
há dias em que sou eu
nesses mesmos ainda minto
não o fiz com intenção
não sei o que me deu
ajo apenas por instinto
trago o erro pela mão
ele choca com o teu
amo o amor que já não sinto
o amor que te perdeu
ou talvez pior até
o amor que foi só meu

Amar é uma fé!
Amar é perder o pé!
“Rua dos Fracassos”


O Outono chegou.
Caem já as primeiras folhas,
Mas nesta rua nada muda.
Apenas mais um dia que passou.

O sol já não aquece este dia
Como em outros tempos o fazia.
Os dias são agora mais curtos
E na rua já não brincam os putos.

Na velha rua passa alguém,
Alguém que passa mas não parou
Ao cair de mais uma folha
Que ao tocar o chão chorou.

Os velhos pressentem tempestade
Nos ossos gastos pela idade.
Nuvens negras indiciam trovoada
E mais uma folha caiu conformada.

As gentes sentadas ao lume,
Indiferentes, aquecem corpos e almas.
Nesta rua a vida segue o costume.
Aqui não há luzes, aqui não há palmas.

Esta é a minha rua,
A Rua dos Fracassos.
Esta rua não é tua,
Não te cortes em meus pedaços.



Nota: Este poema não é um inédito. É uma versão melhorada de um poema que ja aqui publiquei, intitulado nessa altura de "FOLHAS CAÍDAS".