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quarta-feira, 12 de maio de 2010

“Rua dos Fracassos”


O Outono chegou.
Caem já as primeiras folhas,
Mas nesta rua nada muda.
Apenas mais um dia que passou.

O sol já não aquece este dia
Como em outros tempos o fazia.
Os dias são agora mais curtos
E na rua já não brincam os putos.

Na velha rua passa alguém,
Alguém que passa mas não parou
Ao cair de mais uma folha
Que ao tocar o chão chorou.

Os velhos pressentem tempestade
Nos ossos gastos pela idade.
Nuvens negras indiciam trovoada
E mais uma folha caiu conformada.

As gentes sentadas ao lume,
Indiferentes, aquecem corpos e almas.
Nesta rua a vida segue o costume.
Aqui não há luzes, aqui não há palmas.

Esta é a minha rua,
A Rua dos Fracassos.
Esta rua não é tua,
Não te cortes em meus pedaços.



Nota: Este poema não é um inédito. É uma versão melhorada de um poema que ja aqui publiquei, intitulado nessa altura de "FOLHAS CAÍDAS".

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