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terça-feira, 16 de abril de 2013

um tempo trancado e às voltas


25 de Novembro de 2011

os dias tornaram-se frios e os corpos dormentes.
houveram demasiadas palavras incompreensíveis,
demasiadas razões arquitectadas, de forma informe,
tão maleáveis como as minhas, tão desacertadas

como as minhas invariáveis incertezas no amanhã.

nós sempre tememos os equilibristas que expõem o coração à queda.
a segurança como nosso estandarte, 
somos lúcidos
e achámos ser justos porque nos disseram que sim,
julgámos ter motivos razoáveis para todos os crimes…

mas agora, nesta tarde de Novembro,
em lugares distantes, quartos frios,
janelas onde a chuva bate e marca a melodia,
percebemos
que pensámos demasiado, parámos demasiado.
fomos um nós forjado, 
sem parámos para pensar sobre isso.

fugimos de tudo menos de um tempo.
acabámos por encontrá-lo trancado e às voltas 
no quarto onde nos adiamos.



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