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quinta-feira, 1 de julho de 2010

CEGO, SURDO E MUDO

No céu vazio sinto uma tensão
no corpo esta mortal fraqueza
o sangue escorre em minha mão
de quem é não tenho a certeza

Há algo nas palavras que me dizes
que eu não gosto
eu nunca aposto
nesses supostos finais felizes
como aqueles da tv
e eu não sei o porquê
talvez eu pressinta
mas não sei bem o quê
tu não me negas
nem me confirmas
só ditas as regras
reles cruas assassinas

Há algo nos teus olhos
que não consigo decifrar
há algo em tua mentira
que me faz querer matar

Mato!
Mato para não amar!

Eu limpo as mãos desse acto
antes de nas tuas eu pegar
minha culpa a água não tira
nem essa que queres disfarçar

Enquanto isto teu mundo gira
e eu fico aqui pra vê-lo mudar
como a tua cara que se vira
sem para mim sequer olhar

Eu tenho vómitos de razão
eu tenho nojo de tudo
eu fecho meu coração
torno-o cego surdo mudo

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