Páginas

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

CHAMEM-LHE POESIA




Por vezes não há nada para ser dito. Outras, talvez o silêncio fosse o melhor. Mas dentro de mim as palavras mexem-se. Circulam livremente. Roubam e deitam fora razões. E eu, eu não sei bem o que dizer, ou o que seria suposto fazer.
Perco o controlo dos sentimentos. Sinto. Escrevo. Sinto. Escrevo. A caneta na mão fria cria símbolos estranhos:

palavras codificadas:

poesia.


As palavras amontoam-se e desorganizam-se,
Formando frases confusas de sentidos perdidos.

Na folha os segundos pousam-se e esticam-se,
Deixando nas linhas brancas momentos esbatidos.

Versos soltos,
crianças puras,
almas quase nuas.

Chamem-lhe poesia um dia.

Na casa vazia, o meu corpo toma uma imagem,
nova para mim.

As palavras vão e voltam, de passagem,
neste ciclo sem fim.

Sentimentos puros,
palavras não ditas,
versos rasurados…

um poema:

um espelho quebrado.

Sem comentários:

Enviar um comentário