
Por vezes não há nada para ser dito. Outras, talvez o silêncio fosse o melhor. Mas dentro de mim as palavras mexem-se. Circulam livremente. Roubam e deitam fora razões. E eu, eu não sei bem o que dizer, ou o que seria suposto fazer.
Perco o controlo dos sentimentos. Sinto. Escrevo. Sinto. Escrevo. A caneta na mão fria cria símbolos estranhos:
palavras codificadas:
poesia.
As palavras amontoam-se e desorganizam-se,
Formando frases confusas de sentidos perdidos.
Na folha os segundos pousam-se e esticam-se,
Deixando nas linhas brancas momentos esbatidos.
Versos soltos,
crianças puras,
almas quase nuas.
Chamem-lhe poesia um dia.
Na casa vazia, o meu corpo toma uma imagem,
nova para mim.
As palavras vão e voltam, de passagem,
neste ciclo sem fim.
Sentimentos puros,
palavras não ditas,
versos rasurados…
um poema:
um espelho quebrado.
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