Páginas

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Fantasma de Pessoa, Saudades de Lisboa, Palavras à Proa

I

de que servem os versos neste país autista
que só sabe contemplar a genialidade paralítica de Pessoa
? contra ele nada mais tenho do que contra qualquer outra divindade,
porque eu nasci para Anti- Golias nesta pedante terra sem gigantes.

II

Amor, Liberdade e Poesia… onde estás tu Lisboa, Sonho [Nunca] Esquecido
? foste poetanol desinfectante nesta realidade fria, nesta terra não prometida,
estéril de vida, onde os dias pedantes se repetem no seu ritmo entorpecido
e onde os homens são somente insectos dados à experiência sempre sustida.

III

oh, as descobertas
! oh, os cancioneiros
! oh, a revolução decrépita
! oh, os banqueiros e os políticos polidos
! tudo isso me sabe a ranço
!

desta pátria nada herdo para além das palavras que lanço
como caravelas de papel afundadas num manso e lúgubre rio.

Sem comentários:

Enviar um comentário