pelas
calçadas de espinhos deambula um homem espelhado
de
origem e ares insuspeitos, com o peito inflado e recto
e
na cabeça um mar inteiro vai abraçando violentamente navios voláteis,
originais e abjectos,
imponentes em suma,
ideais
para a descoberta de tesouros novos,
mas
que transportam ideias escravas do medo imposto pelo ídolo criador,
vergadas por uma moral pirateada
e afundadas pelos caprichos dos
ponteiros cada vez mais urgentes
e
descrentes da sua exactidão
– como aqueles relógios do Dalí.
esta
é, assim e derradeiramente, a sinopse deste poema agora revelado.
mas,
afinal, quem sou e quem és tu?
Somente
protótipos de exploradores falhados
como
Colombo, eu reclamo como sendo meus estes versos e esta ideia
apenas
pela casualidade de nunca ninguém com eles se ter deparado.
a
ti cabe-te a prazerosa e intelectual tarefa da chacina.
mata
as diversas possibilidades que este verso deixará em aberto
e
as poucas que poupares converte-as à tua fé.
Sem comentários:
Enviar um comentário