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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

PÁSSAROS

As figuras passam
Assombram
Levam-me para o nada
Trazem-te apressadas
Como pássaros negros voando
Entre as nuvens carregadas

A minha cabeça complica
E distorce os minutos em horas
A gente e a sua cobiça
São a doença que mata
A doença que ignoras

São como pássaros negros
São como fumo nos dedos

Que não te agarram
Que não te dão

São como pássaros que rasam
Meu corpo tombado no chão

São como pássaros que passam
São como eu

Ave de migração

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