Por vezes chamam-me louco. Por vezes eu sou eu: sou apenas eu, sem razão que me diga onde estou. Livre de tudo, como pássaro. Sozinho de todos, quase morto, vivendo da forma mais pura: animal. Estranha forma de vida: paranóia. Todos usam isso como o pretexto, o sinal concreto de alguma coisa que não conseguirei perceber e que, ignorando a minha voz, ninguém irá explicar. Mas no fundo, no ponto mais profundo, verdadeiro e irracional de mim, eu sei: alguém bateu.
Alguém bateu à porta
Estou quase certo de que ouvi
Sim eu sei que não foi de mim
Não não foi assim
Eu ouvi quase que bem
Alguém bateu à porta
Alguém não sei bem quem
Mas ninguém quer acreditar
Que realmente alguém bateu
Não eu não estou só a sonhar
A minha mente não escreveu
Alguém tentou nos avisar
Da loucura que nos cega
Desse deus que nos renega
Alguém tentou
Alguém bateu
Ninguém ouviu
Apenas eu
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