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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

alquimia



parado, preso pelo meu corpo.

já antes percorri as veias em busca do metal precioso
que tentei roubar do brilho da água. ocioso, demorado,
o tempo vagueou também por mim. desencontrados,

no fim de tudo, bebemos um copo de mágoa.
– é mais um, por favor! – disse baixo o Velho do Restelo.
estávamos cansados. estávamos nus de nós mesmos.

degelo repentino nas pontas dos meus dedos,
fios teus no escuro casaco pendurado. visto-o
e parto sem ninguém notar. saio desconfiado.

o brilho constante diante dos meus olhos
e a tua imensidão não traduzida em medidas de grandeza,
ligam à corrente o meu corpo entorpecido.

prossigo.

com destreza mato o tempo vagabundo.
corro comigo e com o Velho também.

o ar de novo. o ouro saiu do abrigo fundo.

encontrei-te. olá, PEQUENA!

não pares de brilhar. nasceu um poema.

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