parado, preso pelo meu corpo.
já antes percorri as veias em busca do metal precioso
que tentei roubar do brilho da água. ocioso, demorado,
o tempo vagueou também por mim. desencontrados,
no fim de tudo, bebemos um copo de mágoa.
– é mais um, por favor! – disse baixo o Velho do Restelo.
estávamos cansados. estávamos nus de nós mesmos.
degelo repentino nas pontas dos meus dedos,
fios teus no escuro casaco pendurado. visto-o
e parto sem ninguém notar. saio desconfiado.
o brilho constante diante dos meus olhos
e a tua imensidão não traduzida em medidas de grandeza,
ligam à corrente o meu corpo entorpecido.
prossigo.
com destreza mato o tempo vagabundo.
corro comigo e com o Velho também.
o ar de novo. o ouro saiu do abrigo fundo.
encontrei-te. olá, PEQUENA!
não pares de brilhar. nasceu um poema.
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