Vozes perdem-se no vento
O sentido passa e não volta
A este segmento de tempo
Em que o momento é tão lento
E a aurora se demora
Sofro aguento calo amordaçado
Por raiva ou amor
Talvez loucura somente
Não não não
Mil vezes não
Tanta verdade que me mente
Eu expulso-a do meu corpo
Vómito provocado
O sonho é abortado
Por esta doce amargura
Cicatriz que em mim perdura
Eu não sou perfeito
Não sou
Eu sei que não sou
Nem quero ser
Eu não sei o que dizer
Desculpa apenas
Não não não
Desculpa não
O melhor é esquecer
Todo este quase nada
Este poema sem alma
Não
Não tem alma sequer
Nem perfume de mulher
Apenas tem palavras
À deriva no pensamento
Palavras perdidas
Ou esquecidas
Despejadas no momento
Nota: este poema não é propriamente recente. É o resultado dum "esboço" feito há três anos atrás e que agora refiz. Nota-se claramente que o poema tem duas correntes distintas. Um lado mais informal e livre, a parte antiga. E algumas partes mais pensadas, acrescentadas nesta remodelação ao texto. Espero que gostem!
Muitas vezes um poema é apenas o desejo de o ser...
ResponderEliminarExactamente! Um poema apenas precisa de conter sentimento, seja ele qual for, e de conseguir passá-lo para o leitor.
ResponderEliminarMais uma vez obrigado
Exacto...
ResponderEliminarMuitos poemas sao poemas apenas por essa mesma razao. Nao ha explicaçao para a sua criaçao. Apenas palpites.
Fernando Teixeira