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terça-feira, 8 de março de 2011

O MURO




Para além deste muro,
para além da tua compreensão
estou eu e esta nossa recordação.
Sentados escondidos no escuro,
perdidos no fumo da ilusão.

Não derrubes o muro,
não te percas na densa poeira
criada por nossos autómatos egos.
Por natureza nós já nascemos cegos,
cegos e de que maneira…

Não tentes imaginar
Como será para além do muro,

isso nenhum te poderá explicar,
porque nenhum é alguém
que te possa ou queira mostrar
este frio sítio de ninguém.

Tens todo esse teu mundo
para matares e amares.
Tu calculaste ao segundo
a deixa para me deixares.

Não tentes perceber
como será para além do muro,

tu nunca quiseste saber,
ou conhecer ,
outra coisa que não tu.

Agora poisa,
agora deixa-mo…
meu braço não te vai trazer!

Não partas tua cara face de loiça
ao tentar saltar o muro…

vai-te pois está a anoitecer.

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