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terça-feira, 1 de março de 2011

PÁGINAS EM BRANCO




A minha história ainda não sei qual será. Não sei se valerá ser contada um dia. Nesse dia em que eu já cá não estiver: futuro distante. E depois? Será essa ainda a minha história? Ou a de outros que fingem ser sua? Tal como eu fingi viver tantas histórias que nunca foram minhas, mas que foram ficando agarradas ao meu corpo, por ausência de outra melhor. Outra superior em verdade que ainda não posso hoje contar.

Por vezes penso ser parecido comigo,
mas eu não sou eu veramente.
Nunca o fui.

Por vezes eu durmo vago ao abrigo
das mentiras de toda a gente.
Nelas a minha flui.

Verdade ou mentira?

O que conta é a moral
dessa história inacabada.

A verdade pouco vale
na ilusória ornamentada.

Eu,
tu,
nós todos:

histórias…


Vidas simuladas sem sentido, verdadeiras.

Promessas, queimadas quase por inteiras.

Somos tão errantes sem uma boa história,
sem um bom nome…

Eu chamo-me: Eu.

Não sei se o nome é meu
ou se o destino mo pregou.

Se é verdade o que imagino
esta história ainda não acabou.

Sobram ainda algumas páginas,
brancas por virar:
grãos de areia no castelo que o vento levará.

A minha história ainda não sei,

ainda não sei qual será.

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