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sexta-feira, 1 de abril de 2011

GAVETA




Por vezes tenho palavras tão perfeitas
que chego quase a questionar a sua natureza.
São verdade, são mentira de ocasião
feitas para que o mundo melhor me adormeça.

Tenho o mundo numa mão,
várias dores na minha cabeça.

Restos de realidade marcam feridas de presença.
Deixadas por meus pais,
deixadas por meus ais,
e pela tua boca calada.

Não, eu não serei mais!

Tenho vários poemas numa gaveta fechada
colocados em ângulos sombrios.
São corpos quase mortos numa estrada
roubados de seus sangues frios.

Não, eu não os quero…

mas a minha vontade é tão vaga
perante tão concretas e alinhadas palavras.
Elas são aos milhares e eu?

Sou teu sem o meu apoio…

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